Páscoa
Ressuscitado,
Tu entras nos meus sepulcros
de egoísmo,
soberba, orgulho,
desesperança, pessimismo
nessas casas que eu construí
onde me sinto segura
aquecida pelos meus medos
ceticismos e monotonias
Ressuscitado,
Tu me trazes para fora,
confirmas que há novas moradas
que preparaste para mim, junto ao Pai
e que já posso vender minhas casas de morte
que eu construí quando esqueci
do Teu olhar, da Tua voz,
da Tua vida que habita dentro de mim
Ressuscitado,
Tu me convidas a transpassar o Teu lado aberto
porta da eternidade que abriste para mim
a permitir
que as Tuas feridas, Teu corpo rasgado
me tornem uma mulher inteira
Ressuscitado,
Tu inesperadamente apareces
e me devolves a esperança, num sussurro:
“agora não viva mais como se Eu estivesse morto”